Vida de piedade precoce
Apesar de a fé não ser vivida com intensidade em sua família, Carlo logo mostrou seu gosto pela oração nas igrejas. Sua mãe teve que se inscrever em aulas de teologia para responder às questões levantadas pelo menino. Também Domingo Savio teve uma inquietação espiritual desde a infância, quando ajudava na missa como coroinha.
Vivência eucarística
Os dois meninos receberam sua primeira comunhão quando tinham 7 anos. Desde então, eles tiveram uma profunda experiência eucarística. “Estar sempre unido a Jesus, esse é o meu projeto de vida”, afirmou Carlo. O jovem ia à missa diariamente e encontrou na Eucaristia uma "estrada para o céu". Domingos Savio também seguiu este caminho desde a primeira vez que recebeu Jesus no Santíssimo Sacramento: “Vou confessar muitas vezes e receberei a comunhão com a frequência que meu confessor permitir. Meus amigos serão Jesus e Maria”, expressou entre os votos após a primeira comunhão.
Devoção mariana
Carlo rezava o rosário diariamente. Ele tinha devoção à Virgem Maria, especialmente em suas dedicatórias a Lourdes e Fátima. Domingos, por sua vez, promoveu a devoção à Imaculada Conceição a ponto de fundar a Companhia da Imaculada dois anos após a declaração deste dogma mariano pelo Papa Pio IX.
Imitação dos santos
Diz-se que Carlos demonstrou interesse pela vida de santos como Francisco de Asís, Antonio de Padua, os três pastores da Virgem de Fátima e o próprio Domingo Sávio. Pouco se sabe sobre as referências do jovem piemontês, mas a verdade é que teve um santo como mestre de vida: Dom Bosco.
Caridade e bom trabalho nas pequenas
A expressão do amor de Deus era comum na vida de Carlo e Domingo. O primeiro convive com os idosos, os enfermos e, sobretudo, os sem-teto. Muitos deles estiveram presentes em seu funeral. Além disso, ele era um catequista. Domingo também instruiu outros meninos no oratório e até adultos na fé. Ele estava atento às necessidades de seus pares marginalizados por outros e por aqueles que adoeciam. Ambos sabiam que os seus desejos de santidade passavam pelos pequenos detalhes, pelo quotidiano. Diz-se de ambos que foram bons alunos, gentis e amigáveis. Além disso, eles tinham hobbies adequados à sua idade.
Alegria cristã
O Papa Francisco diz que "o cristão é um homem ou uma mulher feliz". Carlo e Domingo acolheram a exortação paulina de alegria em todas as circunstâncias. Mas de onde vem essa alegria? “Tristeza é olhar para si mesmo, felicidade é olhar para Deus. A conversão nada mais é do que olhar de baixo para cima. Basta um simples movimento do olho ”, declarou Carlo. Não em vão, Domingo afirmou que “a santidade consiste em ser sempre feliz”.
Inspiração para outros
A forma de viver a fé dos dois jovens era contagiante. Raejsh, um hindu que limpava a casa de Carlo, se converteu graças ao seu exemplo de simplicidade: "Ele me contagiou e cativou com sua profunda fé, caridade e pureza". Domingo, por sua vez, deixou uma marca profunda na alma do próprio Dom Bosco: “Posso dizer que em todo esse tempo não tive na minha escola um menino como Domingo amigo do Senhor. Ele era jovem, mas sensível como um adulto. A sua constante dedicação ao estudo e a sua total bondade atraíram o afecto do professor e tornaram-no amigo de todos ”, afirmou o santo sacerdote.
Empreendedores de fé
Os dois jovens empreenderam esforços diferentes para dar glória a Deus. Com a ajuda dos pais, Carlo abriu um site sobre os milagres eucarísticos em todo o mundo, uma das razões pelas quais é conhecido como o 'ciberapóstolo' da Eucaristia. Para promover o apostolado entre os próprios companheiros, Domingos fundou a Companhia da Imaculada, com regulamentos aprovados por Dom Bosco. É o testemunho de sua profunda espiritualidade.
Sentimento de sofrimento
Quando Carlo entrou no hospital por causa da leucemia que sofreu, ciente de que sua morte estava próxima, ele expressou: “Ofereço ao Senhor os sofrimentos que terei que sofrer pelo Papa e pela Igreja Católica, para não ter que estar no Purgatório e para poder ir direto para o céu ”. Foi o culminar de uma luta espiritual desenvolvida ao longo de sua curta vida: "De que adianta vencer 1000 batalhas se não se pode vencer as próprias paixões", costumava dizer. Também Domingo foi forjado em atitudes extraordinárias, através de sacrifícios como comer metade de sua ração, dormir menos ou passar mais tempo orando.
A morte como porta de entrada para a vida
Para Carlo e Domingo, o mais importante era viver em amizade permanente com Deus. "Estou feliz por morrer porque vivi minha vida sem desperdiçar um único minuto com coisas que Deus não gosta", disse Carlo. É o desenvolvimento de uma das frases mais famosas de Domingo Savio: “Antes de morrer do que pecar”. As últimas palavras do jovem oratoriano, segundo Dom Bosco, foram: "Que maravilha que vejo!" Ambos ganharam vida por volta dos 15 anos.
